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Dez questões que você precisa saber sobre a mudança para o IPv6


Entenda porque a migração para o IPv6 é necessária e o que acontecerá com o IPv4.

Os gestores das tabelas de endereços IPV4 em todo o mundo têm uma mensagem para as empresas que ainda relutam em migrar suas redes para IPv6: fariam melhor se não deixassem para a última hora. Esperar até o último minuto vai acarretar investimentos urgentes em atualização de equipamentos e transformar o que poderia ser um incremento na funcionalidade dos negócios em um pesadelo da modernidade.
Agora que os últimos lotes de endereços IPv4 foram designados, os operadores de redes globais devem acelerar a migração para o modelo IPv6, que dispõe de um volume de endereçamentos muito mais amplo que seu antecessor.
Por isso,  muitos administradores de TI e consumidores começam a pensar mais sobre endereços de IP.
Aqui estão respostas para algumas das perguntasmais  importantes sobre os números que fazem a rede mundial funcionar:
1 - O que é IP?
IP é a abreviação, em inglês, de Protocolo Internet. Um protocolo nada mais é do que a definição do conjunto de regras e códigos utilizados pelos computadores para se comunicarem em uma rede. No Protocolo Internet, uma dessas regras diz que cada um deles deve ser identificado de maneira unívoca, através de um número, que também leva o nome de IP. Não pode haver mais de um computador usando o mesmo IP em toda a Internet, o que permite que os dados sejam sempre encaminhados ao destino correto.
Pode-se fazer uma analogia entre o número (ou endereço) IP e o endereço, no mundo real e físico, de uma casa. Assim, o protocolo IP pode também ser comparado ao conjunto de regras de trânsito, mapas e sinalização que permitiriam a alguém chegar a esse local. 
2 - O que é o IPv6?
IPv6 é abreviação de Internet Protocol version 6 ou, em português, Protocolo Internet versão 6. O IPv6 é o sucessor do IPv4. Ele foi desenvolvido ao longo da última década com essa finalidade. Hoje ele é um protocolo maduro, com várias vantagens em relação ao IPv4, e suportado pelos principais equipamentos e programas de computador. Sua implantação na Internet já está em andamento, e deve ser acelerada nos próximos meses.
Prevê-se que ambos, IPv4 e IPv6, funcionem lado a lado na Internet por muitos anos. Mas, a longo prazo, o IPv6 substituirá o IPv4.
Se compararmos o endereço IP com o endereço de uma casa, com a adoção do IPv6 será como se todas as casas ganhassem um número novo, mas diferente do antigo. Por exemplo, que fosse, ao invés de um número simples, um código baseado em números e letras. Dessa forma as casas teriam ainda seu número antigo e o novo código: eles não se misturariam ou se confundiriam, porque seriam diferentes. Ambos poderiam ser usados para se chegar a um determinado destino... Quando todas as casas recebessem o novo código o antigo poderia, finalmente, ser deixado completamente de lado, pois não teria mais utilidade.
3 - Posso ficar em endereços de IPv4?
Se você é usuário de internet móvel na Ásia, isso pode acontecer muito em breve, de acordo com Cricket Liu, vice-presidente de arquitetura de software da fornecedora de softwares Infoblox. A Asia-Pacific Network Information Centre (APNIC) utilizou as últimas alocações em IPv4 para registros regionais porque precisava de dois novos blocos de endereços para lidar com o rápido crescimento de demanda na regiãio. Os celulares são a primeira opção de conexão à internet em locais em desenvolvimento na Ásia, e atribuir endereços IP à essa região é razão para crises. Quando as operadoras móveis esgotarem os endereços IPv4, eles terão que vender aparelhos apenas  com  endereço IPv6, disse Liu.
Ao se perceber o iminente esgotamento dos números IP, quando se iniciou a utilização comercial da Internet, por volta de 1993, imediatamente o desenvolvimento de uma nova geração do Protocolo Internet começou. Essa nova geração deveria ser a solução definitiva para o problema e, de fato, esse desenvolvimento resultou no que hoje conhecemos por IPv6.
O desenvolvimento de um novo protocolo, no entanto, requer tempo e recursos consideráveis. Então, outras soluções tecnológicas, paliativas, foram também adotadas no curto prazo. Essas novas tecnologias, nomeadas a seguir, permitiram a redução da demanda por novos endereços, e a racionalização na forma como eles eram distribuídos, adiando assim seu esgotamento.
O estoque de IPv6 do IANA acabaram em 2010. Mas as entidades regionais, como o LACNIC (América Latina e Caribe), o ARIN (América do Norte), o RIPE (Europa), o APNIC (Ásia e Pacífico) e o AFRINIC (Africa), ainda têm seu próprio estoque. O mesmo vale para entidades locais como o NIC.br. Estima-se que esse estoque local terminará em 1 ou 2 anos após o término do estoque da IANA, o que significa que não haverá IPs novos para os usuários em algum momento entre 2011 e 2013. O final do estoque pode ocorrer em momentos diferentes em cada região.
Pode ser também que redes com determinadas necessidades não possam ser atendidas mesmo que ainda haja IPs no estoque. Por exemplo, no caso de uma rede necessitar de um grande bloco contíguo de IPs: esse pode não estar disponível, mesmo quando ainda houver blocos menores no estoque. Na verdade, as políticas de distribuição dos endereços remanescentes IPv4 estão sendo também discutidas. Conforme as políticas adotadas, a data de término pode ser um pouco adiantada ou postergada.
4 - O que aconteceria se meu aparelho tivesse apenas IPv6 e tentasse acessar um site em IPv4?
Na pior hipótese, você não se depararia com a conhecida mensagem de “servidor não encontrado”, de acordo com Liu. Esse aviso, também conhecido como “Erro 404”, vem do servidor de internet que não aloca mais a página que voce está tentando acessar. Sem um endereço IP usado, nenhum servidor web pode ser alcançado. “Provavelmente daria algum tipo de erro de rede”, disse Liu. Leo Vegoda, gerente de recursos de numeração na ICANN, declarou que a mensagem que você vai receber varia de acordo com o seu provedor de internet.
 5 - Então, o IPv6 pode me tirar da web?
Os prestadores de serviços estão avaliando uma variedade de ferramentas para fornecer conteúdo exclusivamente em IPv4 para clientes que tenha apenas o IPv6 em seus dispositivos. A solução  mais comum é uma rede técnica de tradução de endereços chamada NAT64, que pode ser executada em aparelhos conectados à internet por meio de um provedor. Quando um servidor de nomes não encontra o endereço IPv6 correspondente ao site que o usuário quer visitar, um aparelho NAT64 compacta o endereço IPv4 em IPv6, criando algo que o dispositivo equipado apenas com IPv6 possa entender. Da mesma forma, o aparelho pode permitir que usuários com diferentes tipos de endereços IP enviem e-mails uns aos outros.
6 - E se um site migrar para IPv6 e eu ainda estiver em IPv4?
“Isso não será um problema, ao menos durantes os próximos anos, porque quando empresas adotarem o novo protocolo, a maioria usará a configuração ‘dual-stack’”, afirmou o especialista da InfoBox. Redes deste tipo têm o sofware necessário para se comunicarem em sistemas IPv4 e em IPv6. Quando um cliente solicita um endereço de IP, de qualquer tipo, que seja associado ao domínio, é possível acessar o site.  Este é o sistema mais usado pelas empress que estão testando o IPv6 hoje. “Não é comum suportar IPv6, mas se você suporta, é comum usar um dual-stack”, declarou Liu.
7 - Por quanto tempo posso manter minha empresa no IPv4?
Como a oferta de novos endereços IPv4 únicos vem diminuindo, algumas empresas e provedores de serviço usarão a tradicional NAT (Network Address Translation) para conservar os endereços que eles já possuem. Esta técnica, usada em redes corporativas e residenciais, permite que vários clientes de uma rede interna compartilhem um ou poucos endereços de IPv4 para se comunicar com a Internet. Cada endereço de IP compartilhado pode ter algumas centenas de sistemas juntos sem necessidade de novos locais de IPv4 ou IPv6. De qualquer forma, o IPv4 e o IPv6 devem coexistir na Internet por muitos anos.
8 - Quais os riscos, caso minha empresa não adote o IPv6 à tempo?
Caso sua empresa esteja atrasada em relação ao resto do mundo na adoção do IPv6, pode ter problemas para usar determinados recursos na Internet. Boa parte desses recursos, provavelmente, será formada de aplicações novas, funcionando exclusivamente com IPv6. Se alguma dessas aplicações tornar-se importante para seus negócios, seus concorrentes, já conectados com IPv6, poderão ter uma vantagem competitiva importante.
Outro ponto a ser considerado é a oportunidade perdida de sua empresa desenvolver uma aplicação inovadora baseada no IPv6. Há o risco, também, da própria implantação do IPv6 na Internet falhar, no sentido de que o esgotamento dos endereços v4 ocorra antes da larga disseminação do IPv6. Se isso acontecer, os custos de implantação de novas redes ligadas à Internet pode aumentar.
O uso de NAT também aumentará, dificultando o gerenciamento da rede e a criação de aplicações para comunicação fim a fim. Novas aplicações deixarão de ser desenvolvidas. Isso poderá ser bem negativo, não só para sua empresa, como para toda a sociedade.
 9 - Então, por que nós não usamos o NAT em ​​vez de migrar para o IPv6?
 O NAT normalmente usa um firewall dinâmico, que mantém informações sobre navegações em andamento na internet usadas por todos os sistemas de endereço compartilhado, afirmou Vegoda ICANN. A capacidade do aparelho limita o número de sessões que pode acompanhar, e se chegar ao limite, as sessões de longa duração podem ser descartadas.
Isso  pode não afetar um vídeo de cinco minutos assistido no YouTube, mas pode causar problemas ao usuário que tentar ver um longa-metragem. Alguns recursos na internet utilizam muitas sessões de uma só vez, como um mapa online, que costuma criar uma sessão para cada parte da imagem do mapa, disse Vegoda. Se qualquer uma dessas sessões for derrubada, pode haver atrasos para completar o mapa.
Ao contrário do tradicional NAT, o NAT64 não precisa manter informações sobre status da rede, porque é fundamentalmente diferente e não deve compartilhar seu nome, de acordo com o diretor de estratégia de IPv6 da Hurricane Electric.
10 - O que o Dia Mundial do IPv6 vai provar?
Google, Facebook, Yahoo e outras 315 empresas, agências e universidades ofereceram conteúdo em ambos protocolos, IPv4 e IPv6, por 24h. Isso permite que quem tem IPv6 possa acessar vários sites diferentes. A idéia é expor os problemas técnicos, como erros de configuração de usuário final ou problemas de software em operadoras, que privam usuários de acessar a internet com o novo protocolo.
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